quarta-feira, 4 de junho de 2008

Estudar?! Pra quê, se têm maneiras mais eficazes de "se dar bem"?

Que maneiras* são essas? Aí estão:

Ler” não é apenas “passar os olhos”; é preciso haver uma conjunção entre o que se vê com os olhos e o que se imagina com a mente (cérebro);

Tal qual o automóvel, também necessitamos de combustível; por isso, NUNCA estuda com fome ou falta de algum nutriente em teu organismo. Bom é ingerir muita fibra (que emagrece, inclusive), frutas... , cuidar os doces (chocolate durante o estudo pode servir como neurotransmissor: te deixa eufórico, mas não concentrado intelectualmente); gordura em excesso pode provocar sonolência (olha o lanchinho, hein!);

Ao estudar determinada Matéria, é importante que, na mesa de estudos, não haja interferência (livros, por exemplo) de outra disciplina, ou seja, se vais estudar história, pra quê um livro de física do teu lado!?;

Programe-se; aproveita pra estabelecer um “calendário de estudos”: tal dia, a tal hora, vou estudar tal disciplina. Isso funciona! Assim podes destinar dias de festa também!!;

Fatores “psico-bio-físicos” também interferem no rendimento mental: pessoas que utilizam a cor rosa como vestuário preferencial, por exemplo, possuem geralmente a “insegurança” como participante cotidiana (sobre os efeitos das cores, clique aqui); isso é um fato comprovado pela Psicologia das cores, apoiado na Física também. Citei apenas um exemplo, mas perceba que seria muito interessante a pesquisa sobre tal assunto. O meio em que se está estudando (sala, quarto,cozinha,etc) pode auxiliar ou não a “absorção” do conteúdo;

Se tu és destro (escreve com a mão direita), já deves ter notado que o teu campo visual direito é um tanto mais “aguçado”; tens a tendência em andar pelo lado direito da calçada, ou entrar pela lateral direita do ônibus, por exemplo; logo, procure estudar num local onde objetos de cores muito fortes, ou mesmo a luz da luminária, ou ainda a janela, fiquem no teu lado esquerdo (que não te chama muita atenção e não te desconcentra). O mesmo raciocínio vale para os canhotos;

Peço a ti que, antes de vir às minhas aulas, dê uma “olhadinha” bem rápida na matéria da aula anterior! Nem que seja uns 10 minutinhos.. o dia tem 24 horas (1440 minutos)! Começa a treinar tua memória desde já. Isso vale para os meus colegas professores. Não é melhor ir estudando aos poucos, que deixar acumulando no final?;

Leia, leia e leia.. jornal, revista, gibi, pornô.. qualquer coisa, mas leia. Desenvolva desde já a capacidade de análise crítica da leitura e escuta. Se tu és do tipo de pessoa que não gosta de que falem um sussurro durante a novela, ou que se desconcentra com qualquer barulhinho, PREOCUPA-TE. Abstrair informações, sem te deixar levar por insignificâncias sonoras, é importantíssimo para quem vai realizar uma prova como a do vestibular, por exemplo. Experimenta estudar ouvindo uma música do teu gosto;

A melhor maneira de estudar é em pé, andando e falando (simultaneamente), mas se preferes a velha “cadeira e mesa”, não esquece que pode dar aquele soninho.. então, levanta e faz alguma atividade física rápida (como correr parado, ou mexer o corpo como numa ginástica); isso tira o teu sono porque libera a ADRENALINA, em oposição à Serotonina, um dos hormônios responsáveis pela sonolência;

10ª Quando vier a preguiça, ou a falta de vontade, não esquece desta frase: “É melhor se arrepender por fazer que por deixar de ter feito”. Se te sentires desestimulado por algum fator (pessoal ou familiar), o fracasso só virá se tu permitires.
Nada pode te atingir sem a tua permissão!

*Baseadas num curso de técnicas de memorização, ministrado pelo Prof. Oldemar Rodrigues, em Santa Maria (RS).

terça-feira, 3 de junho de 2008

Vestibular ou Candidatura?

Considerando o fato de que ainda persistem no meio educacional determinados conceitos referentes ao histórico da educação brasileira que não são compreendidos profundamente pela população em geral, e que tais (pré) conceitos errôneos, aliados a um crescente desmantelar dos significados etimológicos de palavras, leva a interpretações diversas nos locais onde são aplicadas, podemos fazer uma análise psico-sócio-filosófica de alguns documentos públicos emitidos de certas Instituições Federais.

Nesses termos, uma das questões que se pode propor é sobre o mecanismo básico que existe entre o educando do ensino médio e o graduando de uma universidade, o Manual do Candidato. Tal documento circula pelas mãos daqueles que se intitulam “estudantes”, e serve de “elo” de ligação entre o conteúdo programático de uma prova destinado ao ingresso em determinado setor e o nível de estudo que o referido estudante deverá atingir até que possa realizar esta prova com a mínima “tranqüilidade” que se permite possuir.

O vestibular, por exemplo, é a situação mais comum em que o estudante depara-se com uma gama de conteúdos organizados conforme a necessidade do “saber” exigido pela Instituição de Ensino Superior, e mantém essa lógica contida em seu Manual do Candidato. Outros exemplos são concursos de variados graus de conhecimento, como provas de seleção para colégios técnicos, e outros mais quantos forem listados.

Até que ponto (se é que existe um referencial) uma pessoa pode ser denominada de “candidato”? Do latim (candidatus) significa “vestido de branco”; na antiguidade, aquele que disputava um cargo público e precisava angariar votos, vestia-se de branco para simbolizar sua pureza. De outra maneira, “candidato” também denota o “indivíduo que tem qualidades para conseguir alguma coisa”.

Em outras palavras, unindo o sentido etimológico da palavra com a intenção preterida na sua colocação frasal, poderíamos definir o “vestibulando” como aquele que se “veste de branco” e possui determinada(s) qualidade(s) para conseguir algo (no caso, a sua aprovação). Por outro ponto de vista, podemos ainda definir a expressão “vestido de branco” como algo fora do “corpo” do vestibulando, que apenas é “vestido”, ou seja, “usado” no momento em que é realizada a prova de seleção; e como fisicamente o branco é a união de todas as cores, e simboliza ideologicamente a “paz”, podemos inesgotavelmente padronizar diversas interpretações quanto à intenção da Instituição Pública ou Privada (Universidade) em manter, dentro das suas habitações, pessoas providas ou não do senso de “união” que o termo “candidato” não oferece sob análises mais profundas.

Inevitavelmente, não podemos descartar a possibilidade de infinitas denotações e conotações que se podem fazer a respeito de quaisquer expressões ou palavras, mas em se tratando da maneira como se avalia a capacidade de apreensão (e só isso) de conteúdos pelo estudante, que é o Vestibular, não devemos “cegar” nossa autocrítica a ponto de deixar que pensamentos “positivados” sobre estes “processos de seleção” sejam aceitos banalmente na atualidade.

Segundo Gabriel Perissé (2007), Mestre em Literatura Brasileira e Doutorando em Pedagogia pela USP:
“O passado é aquilo que não passa. É aquilo que permanece registrado pelas palavras e, sobretudo, no corpo das palavras. A Etimologia, ciência auxiliar da filosofia e da reflexão literária, mostra-nos a consistência de cada palavra e nos ajuda, como diria Clarice Lispector, a espanar a poeira que se acumula sobre a linguagem, e a desvirtua. O uso banalizador da linguagem torna-a opaca, anêmica, vazia, insossa, inútil convenção a que obedecemos sem refletir.”

“A etimologia da palavra latina — vestibulum, pórtico, passagem — referencia a forma como historicamente se consolidou, no Brasil, a seleção para o ingresso nos cursos de nível superior” (Psicologia & Sociedade vol.16 n°. 2 Porto Alegre May/Aug. 2004).

Encaixando-se ainda na citação acima, temos a definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a respeito do termo “vestíbulo”:
“Pátio ou pórtico exterior, de acesso à entrada principal de uma construção; aquilo que inevitavelmente antecede ou forçosamente leva a algo; cavidade que dá acesso a um órgão oco; pórtico, alpendre, entrada, soleira, espaço entre a porta de entrada de uma casa e a rua.”

Nessa linha de raciocínio, e tomando algumas restritas interpretações que se queiram, analisemos a parte da última definição, a saber, “... espaço entre a porta de entrada de uma casa e a rua”. Podemos “jogar” com os conceitos de cada palavra contida nessa definição, tais como o fato de “vestibular” ser o verbo substantivado que designa o mecanismo, o dispositivo responsável pela prática de tornar algo um vestíbulo. Dessa forma podemos dizer que o Vestibular, tal qual é requerido popularmente, denota aquilo que faz com que um estudante passe a se transformar num espaço entre a porta de entrada de uma casa (Universidade) e a rua (vida escolar, colegial). Onde, então, se encaixaria o termo candidato a esta significação?
“Candidus, em Latim, quer dizer ‘branco’, aquele branco bem brilhante, como o da neve fresca ou do metal em brasa. O candidatus era o postulante a cargo público que se vestia de branco para provar pureza de intenções. Tem mais: esse adjetivo candidus, ‘branco’, nasceu do verbo candere, ‘ser (ou fazer ser) branco brilhante’. Temos aí também a origem da nossa palavra candente, que etimologicamente quer dizer ‘como uma brasa’, ‘ardente’”.

Podemos seguramente tornar “candidato” sinônimo de “vestibulando”? Eis a questão. Deixando de lado os outros setores aos quais se refere o termo “candidato”, e focando apenas o ingresso ao Ensino Superior através do Vestibular, até que ponto sabemos exatamente a real aplicação da significação “candidato”?

Márcio Bueno, autor de A Origem Curiosa das Palavras, observa que, hoje, “o marketing político criou maneiras bem mais sofisticadas e eficientes de transmitir aos eleitores a mesma idéia que os candidatos romanos tentavam com suas singelas vestes brancas”.

Sem dúvida, uma das ciências mais abrangentes no ramo das “necessidades impostas” é a Psicologia de Marketing, que mesmo podendo ter discutido o seu caráter científico, é um dos principais motivos pelos quais existe a aceitação ideológica do mercado de trabalho; ela se ocupa basicamente em tornar aceitável a um conjunto específico de consumidores determinado produto ou ação mercadológica (compra e venda), gerando, na maioria das vezes inconscientemente, uma necessidade surpreendente deste produto, através de sua propaganda (midiática). Daí é que surgem as chamadas Mensagens Subliminares, outro mecanismo que as ações propagandísticas utilizam para induzir o cérebro humano a praticar a compra.

O que é o Vestibular, senão um dos maiores responsáveis pela segregação cerebral de conteúdos criteriosamente programados, afim de “impor” ao pensamento do estudante a idéia de que inescapavelmente será analisado e se lhe irão atribuir uma nota ao nível de conhecimento que adquiriu até o momento do “processo seletivo”? Sem desviar do tema aqui pretendido, se compararmos o sistema político de eleições, a simples denominação de “vestibulando” como sinônimo de “candidato” acarreta à interpretação de que a pessoa física se auto-encaixa dentro dos padrões de um terceiro termo: “cidadão”.

Muito freqüente nos ditos populares “positivados”, cidadão surge pela primeira vez na Língua Portuguesa em 1361 (segundo o Dicionário Etimológico, de José Pedro Machado), expandindo-se através do francês (citoyen) e do imaginário da Revolução Francesa. Interessante é observar que o termo “cidadão” deriva do latim (civitas) e significa “cidade”, que corresponde também a pólis (a Cidade-Estado dos gregos); portanto, quando nos referimos à expressão “direito da cidadania”, estamos explicitamente enfocando o “direito à cidade”. Conforme o emprego da penúltima expressão anterior, o senso comum trabalha o sentido da palavra “cidadania” de formas diferentes; mas o real significado desta remete à “condição da pessoa natural que, como membro de um Estado, encontra-se no gozo dos direitos que lhe permitem participar da vida política” (wikipedia.org). Em outras palavras, intitula-se “cidadão” aquele que, além de ser nacional de um Estado, esteja investido de direitos políticos.

Refletindo assertivas anteriores, vestibulando é aquele indivíduo que tem qualidades para conseguir alguma coisa (candidato), simboliza sua pureza de alguma forma (através da tranqüilidade?), é conduzido a um “pórtico” ou “passagem” que forçosamente leva a algo, e que obedece sem refletir; além de que para se encaixar como “candidato”, precisa angariar “votos” (pontuações) e ser portador de direitos políticos (ser cidadão). Será que podemos encarar um candidato a determinado cargo público (presidência, etc.) como um vestibulando? Pelo raciocínio inverso, deveria um candidato a prefeito, por exemplo, prestar um processo de seleção criterioso, dirigido pelos interessados em mantê-lo no cargo público, no caso, os habitantes do Município em questão?

Responder a essas perguntas seria o mesmo que se perguntar como foi colocada a placa de “Não pise na grama”; é discutível, mas levado ao “pé-da-letra” conduz senão a um sem número de interpretações subjetivadas e positivadas. Mas é fundamental que elas existam e se manifestem. Afinal, podemos escolher algo não apenas pela exposição de suas vantagens, mas de suas desvantagens também (é a velha lógica: se eu não sei o que quero, pelo menos devo ter certeza do que não quero).

Encontramos em vários escritos a expressão “Manual do Candidato”. Quais são as implicações que este termo fornece aos nossos olhos enquanto humanos, providos de sentimentos de crítica e busca de liberdades de expressão, pensamento, etc.?

Através deste texto, tenho a intenção de iniciar uma discussão a respeito da mediocridade que certas asserções dão a ideologias que deveriam evoluir quanto às suas conseqüências de aplicação, mas só se degradam numa velocidade “estrondosa”, devido à insensibilidade de certas instituições, e da acomodação destas em aceitar o “mercado de trabalho” como único objetivo a ser alcançado pelos seus “discípulos”; a Educação Brasileira é um exemplo bastante claro disso, aos olhos que ainda não se “cegaram”.
O PROBLEMA

A questão é: “Qual o efeito negativo para a vida de um educando do Ensino Médio, originado da aceitação passiva de algumas palavras aplicadas em seus cotidianos, como Vestibular, Candidato, Escola, etc.?”. Ou ainda: “Por que aceitamos estas palavras? Será que não estamos aplicando palavras que denotam um sentido completamente diferente do pretendido?”.

Para tanto, deve-se contar com um estudo detalhado da origem dessas palavras, ou seja, a Etimologia; dessa maneira várias outras questões secundárias convergem para a análise das conceituações que nos são passadas em nosso cotidiano, especialmente no dos “futuros” vestibulandos.

HIPÓTESES

Com o fenômeno Globalização, advém da lógica capitalista o que István Mészáros (2005) chama de lei de tendência decrescente do valor de uso das coisas, segundo a qual o capital se reproduz mais rapidamente quanto menos tempo de vida útil as coisas (dispositivos eletrônicos como computadores, conceitos, etc.) tiverem.

Dessa maneira, o Vestibular deve ser tomado como algo provisório (com data e hora marcados), para que o aluno não pense em todo o seu trajeto numa Escola, e que ele (o aluno) poderia “cobrar” do Sistema Governamental que todos os anos passados no Colégio tomaram muito tempo de sua vida; suas horas de autodidata, de conhecimentos muito mais vastos e variados que o aluno poderia ter adquirido, se não estivesse inserido numa instituição que o “prendeu” por, no mínimo, 12 anos.

Por falta de esclarecimentos, discussões a respeito da aplicação pseudo-etimológica de certas palavras, no momento em que o educando realiza uma prova de todo o Ensino Fundamental e Médio (que é o Vestibular), e aceita essa situação como válida para a sua vida, acaba por permitir inconscientemente que as “coisas” (segundo Mészáros) são temporárias.

Resumidamente, muitas Instituições Públicas e Privadas do Setor Educacional estão aplicando em seus textos e publicações determinadas palavras, cujos significados não condizem com a sua real etimologia; assim, tais palavras são demasiado positivadas, alimentando nas mentes de adolescentes sem-crítica a noção cada vez mais crescente de outras palavras tais como: Globalização, Marketing, interdisciplinaridade, Contextualização e expressões como Capitalismo Global, Sociedade Global, Economia-mundo, etc.
RODRIGO MARINHO FERNANDES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Castro, Marcelo Macedo C. Exames Vestibulares: breve comentário sobre uma história de deslocamentos. S/l. S/d (disponível na internet Acesso em 09/06/2007).
Faoro, Raimundo. Cidadania: Esboço de Evolução e Sentido da Expressão. S/l. S/d (disponível na internet , acessado em 09/06/2007).
http://cametaforas.blogspot.com (acessado em 08/06/2007).
http://jeremoabohoje.com.br (acessado em 08/06/2007).
http://kplus.cosmo.com.br/ (acessado em 08/06/2007).
http://pt.wikipedia.org/ (acessado em 09/06/2007).
Mészáros, István A Educação para Além do Capital. São Paulo: Boitempo, 2005Psicologia & Sociedade vol.16 n°. 2 Porto Alegre May/Aug. 2004.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

BEM-VINDOS EDUCANDOS!


A todos os meus alunos (educandos) particulares e de cursos, disponibilizo este blog para postagens de todo tipo de material que me for solicitado ao longo do tempo.

Bom proveito e não se esqueçam:

"PEÇA E SERÁ ATENDIDO(A)!"